São as cores vibrantes do céu e das aves,
Das flores, dos amplos campos abertos
São as curvas sinuosas dos Ipês e as folhas espalmadas dos Carandás
São todas essas imagens se duplicando em beleza
no reflexo das águas dos grandes corixos.
O Pantanal é a terra vermelha,
é o povo e seus costumes,
e poeira, música, dança sob luar e fogueira;
são sabores novos, comida pantaneira.
Mas é também a voz da nossa espécie calada
para ouvir com atenção
a voz das espécies aladas
e a voz das cachoeiras, seixos rolados
e de toda a vida que há ao redor.
O Pantanal é contemplativo
e é um exercício para os sentidos
olhos, dedos, línguas, narizes e ouvidos
sentem intensamente todo o pantanal.
E por isso e muito outros aquilos,
para saber o real valor dessas terras
não basta dizer o Pantanal,
não basta mostrá-lo
É preciso vivê-lo,
senti-lo na pele.
Pois o Pantanal é o paradoxo amável
de um tal complexo sentido
de ser tudo isso que foi escrito,
e ser sempre mais inefável.
Nathalia Bonani
Rio Salobra - Serra da Bodoquena
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